Assim como Eduardo e Mônica

‘’Quem um dia irá dizer que existe razão  

nas coisas feitas pelo coração ? ‘

Lembra daquele amor entre Eduardo e Monica, que perfeitamente foi descrito na música de Renato Russo ? Acho que conheço uma historia parecida, basta inverter os gêneros  imagine um Eduardo que é como a Monica de Eduardo e Monica.  Agora imagine uma Monica que não tem nada a ver com a Monica de Eduardo e Monica , mas sim como o Eduardo. Entende ?

Acontece que meu Eduardo e Monica  não tem nada a ver com o Eduardo e Monica de Renato Russo. Deixa eu te contar a minha história:
O Eduardo usa camisetas de banda de rock , conhece uma porção de músicas Cult que apenas 1%  da população escuta, e como se não bastasse ainda toca guitarra. Enquanto isso, a Mônica canta alegremente as músicas do Luan Santana  que toca na Liberdade FM e não desliga o rádio até que acabe o refrão.
O Eduardo sabe tudo sobre química , assiste o Jornal Nacional e é capaz de  contar toda a história do Brasil se o pedir. A Monica tem cara de líder do ‘’Clube da Lulusinha’’

Ela compra a revista da Atrevida e está sempre atenta nas cores da estação e nos esmaltes da moda.  O Eduardo fala inglês como ninguém, e se bobear até arrisca um  Alemão. A Monica confunde ditongo com hiato e não tem a mínima noção do que é um pretérito imperfeito . Ela acreditava na teoria da relatividade; ela; no horóscopo do jornal.Ela prestaria medicina  no final do ano, moraria em uma república com outros quinhentos amigos.  Entenderia tudo sobre as moléculas orgânicas e seria feliz assim. Enquanto isso ela dizia querer cursas arquitetura e engenharia civil. Só não sabia, de fato a diferença entre os dois. Mas ela não seria menos feliz por isso. Os amigos dela falavam coisa sobre a química moderna e discutem assuntos de política , a politicagem e a politicalho . No meio das discussões  ela soltava comentários de quatro linhas sobre a nova novela das oito. E ninguém dizia mais nada.

   

‘’ E mesmo com tudo diferente , veio mesmo de repente

 Uma vontade de se ver. E os dois se encontravam todo dia

E a vontade crescia como tinha que ser ‘’

 E mesmo que Eduardo fosse a água e Monica o vinho, surgiu entre eles um amor bobinho como flor no asfalto quente e seco da avenida principal. O amor deles era flor de primavera com cheiro de pólen fora do jardim . Era como o amor de verão , nos trezentos e sessenta e cinco dias do ano.  Ela enrolava os dedos nos cabelos lisos e morenos  com olhos de pureza e malicia ao mesmo tempo.  E ele encarava os olhos dela , como se pra cada segundo pudesse fazer uma música. O amor deles era assim, como a cada figura de linguagem que Monica não sabia diferenciar. Era metonímia Era soneto sem rima , drama sem falas, frase sem pontuação.

‘’ E todo mundo diz que ele completa ela  

E vice- versa que nem feijão com arroz ‘’

E eu te pergunto, quem é feliz de fato nessa vida:  Quem rima ou quem perde a razão ? 

  ‘’ E quem irá dizer 
Que não existe razão ?’’

Desafio dos 50 dias:

Dia 15: A foto de um irmão/irmã de alma